segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Câncer no colo uterino é o campeão em incidência

Por Ana Carolina Barbosa
(Edição de texto Keithyane Melo)
Acompanhe na íntegra a entrevista com o diretor-presidente da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas, Dr. Edson Andrade

ANL: O que é câncer?
Dr.É uma doença crônica, mas ao portador elucido que não se trata de um certificado de morte anunciada. A maior parte dos nossos pacientes são curados ou controlados. O câncer é uma doença como outra qualquer que precisa de cuidados, tem diagnóstico e prevenção. Entre os casos registrados na fundação, o de maior incidência, no que diz respeito às mulheres, está o câncer de colo uterino.

ANL:O que fazer para reduzir a estatística?
Dr:Ninguém precisa ter câncer no colo uterino. Para reduzir o índice, mulheres acima de 29 anos serão incentivadas a fazer o exame Papanicolau ou Citologia Oncótica, cujo objetivo é detectar precocemente o câncer no colo do útero. Em 2009 foram realizados 143 mil exames desse tipo na fundação. Em 2010, 130 mil.

ANL: Além do câncer no colo do útero há algum tipo que anseia mais cuidado?
Dr:Em segundo lugar na estatística feminina do FCecon está o câncer de mama. Para diminuir a incidência serão instalados 20 mamógrafos nos polos regionais do Estado, que serão utilizados, entre outras maneiras, a partir de um projeto de telemedicina em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Universidade Estadual do Amazonas (UEA), possibilitando a análise de diagnósticos à distância.

ANL: E no caso dos homens, o que mais preocupa?
Dr:No caso dos homens, a maior prevalência é o câncer de próstata, decorrente, principalmente, da falta de acompanhamento adequado. Existem estatísticas mostrando que o câncer de próstata é o mais frequente no homem em todo o mundo. No entanto, ele tem tratamento e apresenta uma boa resposta a ele. Quando identificado precocemente, a cura é mais acontece com maior facilidade.

ANL:Como ele pode ser evitado?
Dr:O câncer de próstata pode ser evitado mediante um acompanhamento adequado, principalmente por meio do exame do toque retal, indicado para homens acima dos 40 anos. Há preconceito por parte dos homens quanto ao exame do toque retal, mas a masculinidade das pessoas não fica diminuída em uma situação dessa natureza.

ANL:A Fundação possui algum projeto voltado para os estudantes de medicina?
Dr:Entre os projetos para esta gestão está a criação de um pólo formador de radiologistas. Além disso, estamos reativando a residência de oncologia clinica e há uma proposta do grupo de cabeça e pescoço para fazer uma residência na área. O projeto será apresentado ao Ministério da Educação (MEC) já em março deste ano. Outro projeto paralelo é a criação da residência multiprofissional. Quero salientar que tivemos um crescimento visível do ponto de vista de recursos e não estamos descuidando da qualificação profissional. A nossa primeira vocação é assistência, mas temos uma vocação muito próxima, que é a formação de recursos humanos.

ANL:A formação está dentro das prioridades?
Dr:A preocupação voltada à formação se dá porque as neoplasias, as doenças crônico-degenerativas e as cardiovasculares, terão mais incidência nos próximos anos, pois a previsão é que haja 16 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade no Brasil em 20 anos.


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