segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Descubra os misterios da Erliquiose Canina

Por Anamaria Leventi
(Edição de texto Roosevelt Júnior)

O Dr. Marcelo Leventi em consulta
O Dr. Marcelo Leventi, graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Nilton Lins, possui pós-graduação em Clínica e Cirurgia de pequenos animais, pelo Instituto Qualitta.

Foi médico veterinário do Tropical Hotel, onde fazia consultoria para animais de grande porte e silvestres, além de se capacitar em inúmeros cursos e seminários em vários Estados sobre Clinica e cirurgia

OA> Nesta época de muita chuva em Manaus, qual é a doença que se espalha mais raidamente?

ML> A erliquiose, com esse tempo de chuva e sol, aumenta a proliferação de carrapatos, sendo uma enfermidade parasitária que acomete cães de todas as raças e idades. Nos últimos anos vem apresentando um aumento significativo no número de animais infectados em várias regiões do Brasil e do mundo. É considerada uma zoonose, isto é, doença que pode ser transmitida dos animais para os homens.

OA> Como um animal pode ser infectado?

ML> Sua transmissão ocorre principalmente por meio da picada do carrapato vermelho dos cães, Rhipicephalus sanguineus, infectados com Ehrlichia canis.

OA> Quais são os principais sintomas da Erliquiose?

ML> Os sinais clínicos da Erliquiose estão divididos em três fases:

Fase I) No início da infecção (duração de 2 a 4 semanas) os sinais clínicos e sintomas são: febre (39,5 a 41,5 ºC), fraqueza muscular, letargia, perda de apetite e peso, perda de peso, petéquias hemorrágicas, secreção nasal purulenta, tremores musculares e relutância em movimentar-se.
Fase II) Sub-aguda (assintomática), que pode durar meses ou anos. Ocasionalmente passa despercebida pelo proprietário.
Fase III) Crônica, tendo como sinais e sintomas: febre (39,5 a 41,5 ºC), apatia, perda de apetite, perda de peso, fraqueza muscular, secreção nasal e ocular, emaciação e aumento do baço, astenia, edema de membros e hemorragias.

OA> Essa doença tem alguma forma de tratamento?

ML> Dentre os protocolos existentes para o tratamento da erliquiose canina, o antibiótico de eleição é a Doxiciclina (Doxifin Comprimidos), um antibiótico bacteriostático da família das Tetraciclinas que atua em todos os estágios da Erliquiose canina.
O tratamento pode variar de acordo com a fase e o estado em que o animal se encontra e a dose recomendada pode variar de 5 a 11 mg/kg de peso corporal, duas vezes ao dia, sendo no mínimo 14 a 21 dias de tratamento na fase crônica e até 8 semanas na fase aguda.

Pode ser realizado tratamento de suporte à base de fluidoterapia principalmente em casos crônicos e corticóides para animais em quadros de trombocitopenia e, em alguns casos, faz-se necessária a transfusão sangüínea, podendo prolongar o tratamento por mais de 6 semanas nos casos de erliquiose subclínica.

OA> Qual seria a melhor forma de prevenir os animais de extimação, para não se infectarem com a erliquiose?

ML> A prevenção é feita por meio do controle dos carrapatos no animal e no ambiente com o uso de carrapaticidas seguros e de baixa toxicidade. Animais de pêlos longos em períodos de muito calor podem ser tosados para facilitar o controle de parasitas, além do tratamento imediato dos doentes.

1.Imagem - O Dr. Marcelo Leventi em consulta - Anamaria Leventi

Nenhum comentário:

Postar um comentário