quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Dicas de filme e livro para estudantes de Direito


Por Keithyane Melo
(Editor de texto Roosevelt Júnior)


Capa do filme estrelado por Richard Gere

Richard Gere interpreta Martin Vail, um advogado narcisista e arrogante. Ele tem certeza absoluta de que é o máximo, e age de acordo com esta crença em si mesmo. Para ele, o mais importante em uma causa não é o cliente, mas sua própria performance no tribunal. 

Martin Vail não perde uma oportunidade de aparecer. Seja concedendo extensas entrevistas, seja pegando casos polêmicos - a verdade é que ele adora está sob os holofotes. E mais uma oportunidade para tanto surge quando um arcebispo bastante querido na comunidade é brutalmente assassinado com 78 facadas e um jovem coroinha que estava sob os cuidados da vítima é acusado do crime. 

Assim que percebe o potencial publicitário da causa, Vail se oferece para defender o rapaz gratuitamente. Aaron Stampler, o jovem coroinha, que é um rapaz tímido, gago,passa a confiar total e cegamente no advogado. Com seu olhar franco quer a todo custo fazer com que Vail acredite que é inocente. À medida em que se aprofunda no caso, Vail começa a acreditar que o jovem realmente diz a verdade e passa a investigar profundamente o crime, fazendo às vezes de detetive, e este é o objetivo principal da história. Uma grande batalha é travada no tribunal entre Vail e a promotora Janet Venable (Linney), ambos tem um caso amoroso fora do tribunal.

O ponto mais forte do filme, é a interpretação inspirada de Edward Norton, como o réu Aaron Stampler. Frances McDormand (de Fargo) também está ótima como a psiquiatra Molly Arrington, assim como John Mahoney faz de seu John Shaughnessy um vilão à altura (o que não faz dele necessariamente um assassino, devo acrescentar). Enfim, "As Duas Faces de um Crime" é mais um filme de tribunal repleto de reviravoltas, testemunhas-surpresa, diálogos fortes e advogados brilhantes.

Livro de Truman Capote
O americano Truman Capote  escreveo romance-reportagem A sangue frio, que conta a história da morte de toda a família Clutter, em Holcomb, Kansas, e dos autores da chacina.Capote decidiu escrever sobre o assunto ao ler no jornal a notícia do assassinato da família, em 1959. Quase seis anos depois, em 1965, a história foi publicada em quatro partes na revista The New Yorker. Além de narrar o extermínio do fazendeiro Herbert Clutter, de sua esposa Bonnie e dos filhos Nancy e Kenyon - uma típica família americana dos anos 50, pacata e integrada à comunidade -, o livro reconstitui a trajetória dos assassinos. Perry Smith e Dick Hikcock planejaram o crime acreditando que se apropriariam de uma fortuna, mas não encontraram praticamente nada.

Perry era um sonhador. Teve criação conturbada e violenta, e achava que a vida lhe tinha dado golpes injustos. Dick, considerado o cérebro da dupla, queria apenas arrebatar o dinheiro e desaparecer. Presos e condenados, ambos morreram na forca em 1965.Publicado no mesmo ano da execução dos assassinos, A sangue frio rapidamente se tornou um sucesso de crítica e vendas, rendendo alguns milhões de dólares ao autor. 

A intensa relação que Capote estabeleceu com suas fontes foi determinante para o êxito da obra. Além de passar mais de um ano na região de Holcomb, investigando e conversando com moradores, ele se aproximou dos criminosos e conquistou sua confiança. Traçou um perfil humano e eloquente dos dois meninos, como costumava chamá-los. Por seu estilo que combina a precisão factual com a força emotiva da criação artística - um romance de não-ficção, nas palavras do próprio autor -, A sangue frio é um marco na história do jornalismo e da literatura dos Estados Unidos. Reflexão sutil sobre as ambigüidades do sistema judicial do país, o texto desvenda o lado obscuro do sonho americano.

1.Imagem - Capa do filme estrelado por Richard Gere - Divulgação
2.Imagem - Livro de Trumam Capote - Divulgação

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