sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

As entrelinhas do 'Bolsa Universidade'

Por Felipe Nascimento
(Edição de texto Anamaria Leventi)

Logomarca do programa
No início desta semana a Prefeitura de Manaus anunciou o processo de inscrição para o programa ‘Bolsa Universidade’. Mas, a oferta de estudar em uma faculdade particular com 50%, 75% e até 100% de desconto está causando polêmica para muitos estudantes de baixa renda, público alvo do programa.

O sonho da auxiliar de serviços gerais, Aurilene Pereira da Costa, 28, é fazer faculdade de Direito. Após entrar no site da prefeitura para fazer a inscrição no programa Bolsa Universidade, Aurilene ficou decepcionada. “A primeira coisa que descobri no site é que o aluno precisa estar cadastrado na faculdade, ou seja, matriculado”, observou Aurilene, ao acrescentar que não tem condições financeiras de pagar o valor da matrícula. “Eu recebo R$ 800 por mês. O mesmo valor da matrícula. Eu posso até dar um jeito de pagar esse montante, mas quem garante que vou ser contemplada com a bolsa”, questionou a auxiliar de serviços gerais.
Além de estar matriculado na instituição em que deseja estudar, o candidato se depara com um leque limitado de cursos oferecidos pelo programa. O vigilante Alexandre Paiva deseja fazer faculdade de Engenharia de Produção, Mecânica ou Eletrônica, mas os cursos não são oferecidos para o programa ‘Bolsa Universidade’. “Os cursos com o mercado de trabalho mais promissor, por exemplo, engenharia, direito e análise de sistemas, não são ofertados para bolsista do programa”, reclamou o candidato.
Outra exigência que tem assustado os bolsistas é quanto ao comprometimento do aluno contemplado com o município. No momento de assinar os papeis do programa, o estudante é obrigado a firmar um termo de compromisso para possíveis atividades da prefeitura. Em caso de quebra de contrato, o estudante pode até perder o benefício.

1.Imagem - Logomarca do programa - Divulgação

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